sábado, 10 de julho de 2010
Minha Vida Acadêmica e a Pedagogia!
Apesar dos anos terem passado, lembro-me nitidamente que ingressei aos quatros anos em uma escolinha perto da minha casa, essa escola não era oficializada, mas ali fui alfabetizada de maneira bem tradicional, onde eram ensinadas as letras, dividindo-as em vogais e consoantes, depois classes, palavras e posteriormente textos. Após o domínio das letras e classes passávamos a estudar a cartilha, que servia para a professora também como momento de avaliação e repressão.
Neste contexto aos sete anos ingressei realmente numa escola oficializada, Colégio CelestinaBittencourt, na primeira série do Ensino Fundamental. Lembro-me que ao chegar ao primeiro dia de aula naquele colégio, fiquei fascinada, lá se formava fila para cantar o hino nacional, todos os dias antes de entrarmos para sala, todos arrumados do menor para o maior, tinha também merenda na hora do recreio.
Assim da 1ªa 4ª serie do ensino fundamental a minha vida escolar o ensino na qual fui submetida era centrado no professor que possuía como objetivo transmitir os conhecimentos e a cultura para os alunos, que por sua vez tinha que memorizar as informações tal qual foram ensinadas demonstrando no momento da prova, exame ou exercício. O aluno era um sujeito passivo e o conhecimento era transmitido pela escola através de conteúdos, modelos e demonstrações passadas pelo professor.
De acordo com Freire (1997), essa é uma metodologia tradicional de educação bancária, onde as informações são depositadas nos alunoscomo se fossem uma folha depapel em branco a ser preenchido pelo professor através de sua pratica pedagógica,e que ensinar é transferir conhecimentos.
Na época que cursei o colegial, hoje ensino Médio, no Instituto de Educação Regis Pacheco, não foi muito diferente as disciplinas eram separadas, dava-se mais ênfase as disciplinas de português e matemática. Em português a grafia de palavras e leituras era cobrada de maneira veemente, e o bom aluno era aquele que lia com uma boa pontuação e pronunciava as palavras corretamente.
Em matemática, as quatro operações eram tidas como alicerce, a tabuada era um instrumento utilizado como meio de avaliação e punição. Nossa! Sofri com isso, decorava, escrevia na borracha, detestava a matéria e até hoje não conseguir superar o trauma sofrido. As outras disciplinas como ciência, geografia e história eram transmitidas de forma estática e não eram discutidas. As atividades feitas na classe eram questionários, esses exercícios eram para fixar os conteúdos.
Ao relatar essas experiências percebo que os meus primeiros anos escolares o currículo era tradicional o aluno é um mero receptor e o professor se preocupava apenas no que ensinar. Essa teoria de currículo permeou e ou permeia o fazer pedagógico de muitos professores que apesar de todas as evoluções no âmbito das teorias educacionais ainda se prende a ela para a efetivação de sua pratica de ensino.
Acredito que o currículo não pode ser associado a apenas um documento didático, seu aspecto é bem maior e abrange uma gama de caracteres do âmbito educacional e social simultaneamente, essa relação significa uma organização das experiências humanas em prol da prática educativa, porém seu conceito abrange diversos seguimentos da educação.
Infelizmente sabemos que esta ainda é a realidade de muitos municípios brasileiros, Gadotti (2000), é um fato. Ficando para poucos, o que seria de todos. Só se sabe o que é educação quem constrói educação. O ideal seria que todos estivessem comprometidos em prol de um objetivo único, ou seja, a valorização da educação, assegurando assim, o direito a um diferencial educacional, tornando esse contexto um veículo para a ascensão social.
O meu ingresso no seio acadêmico para o curso de pedagogia não foi algo planejado em minha vida, mas foi muito bom saber que tinha passado no vestibular. Quanta empolgação pelo novo, pelos passos que viria a percorrer. Deparei-me com um mundo totalmente diferente do que eu estava acostumada, as disciplinas eram novas para mim.
Lembro-me do desafio de cada disciplina como Psicologia, minha entrega, filosofia e os meus questionamentos, estatísticas e minhas frustrações, as metodologias meus estímulos para continuar, meu primeiro estágio em educação infantil minhas respostas e finalmente o último semestre descobrir que a pedagogia é fascinante, é muito boa a sensação de ser pedagoga. Cursar pedagogia me permitiu um aprendizado diário, um amadurecimento incalculável. Considero que a Universidade abriu os meus horizontes, mostrou-me a vida de uma outra forma, fez-me mais gente, no sentido de ver o outro como ser capaz e fruto da realidade social em que vive. Os anos na academia fez-me acumular uma gama de conhecimentos importantíssimos tanto para minha vida pessoal quanto profissional.
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